Como este é um daqueles poemas que enquanto o lemos abanamos com a cabeça de princípio a fim, concordando com tudo o que ele espelha e simboliza, decidi colocá-lo aqui...
Fiquei a saber que tudo isto é muito mais verdade do que eu pensava, porque, pela primeira vez, vivi na pele a diferença entre o mau e o bom...
Este país assuta-me!
Tiveste gente de muita coragem
E acreditaste na tua mensagem
Foste ganhando terreno
E foste perdendo a memória
Já tinhas meio mundo na mão
Quiseste impor a tua religião
E acabaste por perder a liberdade
A caminho da glória
Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar
Tiveste muita carta para bater
Quem joga deve aprender a perder
Que a sorte nunca vem só
Quando bate à nossa porta
Esbanjaste muita vida nas apostas
E agora trazes o desgosto às costas
Não se pode estar direito
Quando se tem a espinha torta
Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar
Fizeste cegos de quem olhos tinha
Quiseste pôr toda a gente na linha
Trocaste a alma e o coração
Pela ponta das tuas lanças
Difamaste quem verdades dizia
Confundiste amor com pornografia
E depois perdeste o gosto
De brincar com as tuas crianças
Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar
Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar
Jorge Palma
Já lá vai quase uma semana desde que o sim ganhou o referendo de dia 11.
Estou feliz e, mais que tudo, orgulhosa!
Em primeiro lugar, estou feliz porque abriu-se o caminho para o fim da humilhação e exposição pública da vida da mulher e, sobretudo, de um dos parâmetros mais difíceis e dolorosos da sua intimidade. Sou mulher e, como tal, consigo ter uma noção da angústia que deve ser o recurso à interrupção de uma gravidez, a dor de uma interrupção imposta por múltiplos condicionalismos, tantas vezes irrevogáveis, de um estado de graça exclusivamente feminino.
Em segundo lugar, estou feliz e, mais que tudo, orgulhosa, pela estalada de luva branca que quase 60% dos votantes deram à mentalidade e moralismo tacanhos e opressores da Igreja. Respeito todas as fés e crenças religiosas, desde que não interfiram na liberdade e dignidade de ninguém. Em relação às instituições religiosas, em particular a Igreja Católica, nutro desconfiança e até desprezo, em certas ocasiões e circustâncias. Quem votou sim (e quantos destes não foram católicos...) não é contra a vida, não pratica rituais satánicos de morte e idolatria da morte. Quem, como eu, votou sim também gosta de crianças, também nutre respeito pela vida humana, também quer ter filhos e gozar do direito e privilégio da maternidade e paternidade. A Igreja portuguesa, na sua maioria, tentou deturpar por completo estas opiniões e sentimentos; mas o povo português, também na sua maioria, soube mostrar à Igreja que votar sim não é matar nem desrespeitar o direito à vida.
Por último, estou feliz porque tal como eu, quase 60% dos votantes portugueses, recusaram-se a continuar a chamar de criminosas mulheres que, tantas vezes, estão tão próximas de nós, são-nos tão queridas e por quem nutrimos tanto respeito...
"Aborto" - palavra repetida até à exaustão e que o será, cada vez mais, até ao próximo domingo.
Eu pasmo ao ouvir as eloquentes opiniões de alguns dos mais acérrimo defensores do "Não". Ora vejamos alguns exemplos:
O sr. dr. Bagão Félix acha imoral e muito pouco cristão o facto de uma mulher ser julgada criminalmente pela prática de aborto. Concordo plenamente, com a parte do imoral, pois pouco ou muito cristão é-me indeferente porque sou ateia. Bem, até aqui nada de mais; espantosa será a solução proposta por Bagão Félix para substituir o julgamento das mulheres que interrompem voluntariamente a gravidez. De acordo com o mui douto dr., as mulheres, ao invés de serem julgadas, devem fazer trabalho ao serviço da comunidade em que estão inseridas.
Meu caro senhor, se o julgamento é imoral por expôr a privacidade e intimidade de uma mulher de forma leviana, que direi do trabalho comunitário, da exposição de uma "pecadora/criminosa" perante uma comunidade inteira. Não sabe que, na maior parte das vezes, a justiça popular é muito mais cruel e humilhante do que a justiça dos tribunais? Ganhe juízo meu senhor!
Mas esta opinião nem se compara, em grandeza e falta de noção do ridículo, à do excelentíssimo Cardeal Policarpo. Obviamente pelo não, o Cardeal Patriarca acrescenta aos seus argumentos contra o aborto o da necessidade de formação dos jovens, não para o uso correcto de métodos contraceptivos, mas...espantem-se..., para a abstinência sexual.
Senhor Cardeal, nem toda a gente está disposta a sofrer de perturbações do foro psiquiátrico e sexual por ter uma sexualidade reprimida por uma moral cristã tacanha, desactualizada e anti-natura!
Não vou dizer mais clichés, que aliás já não posso ouvir... Apenas apelo ao sentido da realidade de cada um aquando da votação de dia 11. Sentido de uma realidade que nos rodeia, uma realidade em que, muitas vezes, a interrupção de uma gravidez é a única solução. Uma realidade que fere, física e psicologicamente, muitas mulheres, que abortam, mas que o não fazem como se de uma tarefa quotidiana se tratasse.
Obviamente voto sim, pelo fim da humilhação da mulher em praça pública, pelo fim da invasão abusiva da privacidade da mulher e do casal. Sou obviamente contra o aborto, que não pode, nem é, visto como um método contraceptivo, mas sou ainda mais contra a hipocrisia dos que dizem não, muitos dos quais convivendo de perto com o flagelo do aborto clandestino e dele tirando proveito.
PS: Já repararam como a justiça ultimamente tem sido eficaz e rápida no julgamento e condenação de mulheres que fazem abortos? Já viram que bom seria se esta rapidez se reflectisse em processos tão mais urgentes e imorais como o da Casa Pia... Onde andará o "não", acérrimo defendor da vida e das crianças, quando vemos arrstarem-se processos como estes que acabaram com a vida de tantas crianças?
Sei que já não é notícia em primeira mão, mas por questões de tempo, ainda não tinha tido a oportunidade de exprimir aqui a minha alegria pela morte de Pinochet, um dos homens mais sádicos que esta humanidade conheceu.
Alegria esta que se mistura com um enorme sentimento de injustiça. Um homem (ou lá o que aquilo era) que matou, torturou, atormentou daquela forma merecia ter tido uma pena muito mais severa que uma morte rodeada de cuidados médicos.
Isabel Allende expressou claramente este sentimento, este misto de alegria, alívio e dor pela impunidade de Pinochet. Da mesma forma o exprimiram milhares de chilenos, que nas ruas mesclaram a efusão da alegria e a violência de um sentimento de dever não cumprido pela justiça.
Como disse uma cidadã chilena, mostrando aquilo que praticamente uma nação inteira sente, só espero que Pinochet tenho morrido entre dores, plenamente consciente do sofrimento que estava a passar e que nem de longe se aproximou, com certeza, do daqueles que torturou e matou, nem do das suas famílias.
O sentimento de injustiça é tal, que até Sarkozy (sim, o atrasado mental que chamou "escumalha" aos jovens de ascendência árabe, marginalizados pela ilustre sociedade francesa), lamentou o facto de Pinochet nunca ter sido devidamente julgado pelos crimes que cometeu.
Os processos agora reabertos po Baltazar Gárzon não irradicam a impotência e incapacidade da justiça internacional, mas pelo menos que tenham a capacidade de deixar para a História a imagem de Pinochet enquanto ditador sádico,como a História fizera com Hitler e outros.
E lá vão mais dois!
Daniel Ortega e Rafael Correa fazem a Nicarágua e o Equador entrar no, já considerável, rol de países socialistas da América Latina!
Ah Che será que o teu prenúcio estava mesmo certo? Será que isto vai desplotar tudo na América Latina unida sob o ideal do Socialismo e da igualdade? Espero e sonho que sim, e que se alastre, que se alastre muito!
Quanto ao facto de Pinochet estar entre a vida e a morte, agradar-me-ia a sua morte. Porém, ficar-me-ia, a mim e a milhares de chilenos, a sensação de que não pagou sequer uma milésima daquilo que fez! Se morrer, será uma morte demasiado branda para alguém tão asqueroso e sádico.
E não se foi mesmo!!!
Ah quem me dera ser venezuelana...
Pois é "mister danger", mais uns anitos a aturar o Tio Hugo! São resultados eleitorais como estes que ainda me fazem ter alguma esperança no socialismo e numa política direccionada para as massas e não para uma elite plutocrata e capitalista!
Que grande prenda de aniversário que foi a vitória do tio Hugo!
Não sou grande apreciadora de Delacroix mas acho que ele conseguiu, de forma excepcionalmente tocante, mostrar a maneira como, ao longo dos tempos, muitos homens (senão a maioria) vêem a mulher.
Para mim, este quadro ("Louis d'Orleans mostrando a sua amante") é o retrato perfeito da mulher entendida como objecto puramente sexual do homem que, como tal, é exibida enquanto troféu de conquista.
Apreciem esta pintura e reflictam em como o estatuto da mulher na sociedade, ao longo de milénios, praticamente não mudou em muitos pontos de vista...
Pela igualdade dos sexos, contra a superiorização de qualquer um deles!
Há acontecimentos que, inesperavelmente, nos marcam de forma espantosa. Há pessoas, que apesar de passarmos com elas pouco tempo, deixam a sua marca bem firme e funda. Há ensinamentos profissionais e pessoais que não se esquecem ao longo de uma vida toda.
Quando se é estudante e se tem dezoito anos absorvem-se muitas coisas, boas e más. No caso das boas, há um sub-grupo de coisas muito boas. Estas coisas muito boas são-nos dadas e transmitidas por pessoas também elas muito boas, muito superiores...
Hoje fiquei a saber que deixei de ter uma dessas pessoas muito boas, que me ensinou muito a nível profissional, pedagógico e pessoal, como minha orientadora profissional.
Apesar de este blog não ser propriamente de objectivos sentimentalistas, há emoções que nos transcendem e que têm de ser "deitadas cá para fora"...
Ary dos Santos é a prova de que a poesia não é, necessária e unicamente, a expressão de um sentimento individual, quase egoísta.
Uma poesia multifacetada e útil: romântica, social, interventiva, poderosa.
Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia
Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram
Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram
Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto
Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!
Poeta castrado não!
Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo dromedário
fogueira de exibição
teorema corolário
poema de mão em mão
lãzudo publicitário
malabarista cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!
Os que entendem como eu
as linhas com que me escrevo
reconhecem o que é meu
em tudo quanto lhes devo:
ternura como já disse
sempre que faço um poema;
saudade que se partisse
me alagaria de pena;
e também uma alegria
uma coragem serena
em renegar a poesia
quando ela nos envenena.
Os que entendem como eu
a força que tem um verso
reconhecem o que é seu
quando lhes mostro o reverso:
Da fome já não se fala
- é tão vulgar que nos cansa -
mas que dizer de uma bala
num esqueleto de criança?
Do frio não reza a história
- a morte é branda e letal -
mas que dizer da memória
de uma bomba de napalm?
E o resto que pode ser
o poema dia a dia?
- Um bisturi a crescer
nas coxas de uma judia;
um filho que vai nascer
parido por asfixia?!
- Ah não me venham dizer
que é fonética a poesia!
Serei tudo o que disserem
por temor ou negação:
Demagogo mau profeta
falso médico ladrão
prostituta proxeneta
espoleta televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!
Esta é, antes de mais, a confissão de uma ilegalidade cometida por um grupo de amigos, daí que não citarei nomes para não comprometer o cadastro de ninguém.
Num dos dias da passada semana, ia um grupo de quatro amigos dentro de um autocarro, fazendo um percurso curto. Até aqui nada de mais, não fosse o dito autocarro ser um carro de dois lugares...
Já quase a chegarem ao destino surge, nada mais nada menos, que uma brigada da Guarda Nacional Republicana que imediatamente os manda parar. Reacção espontânea de um dos agentes da autoridade ao ver o esforço logrado de um dos amigos se esconder: escancarar-se a rir. O agente que os abordou (pançudo, bigodinho, enfim, o típico GNR), após dizer uma magnífica verdade de La Palice (não sei como isto se escreve...) - "ui tanta gente" - pergunta se os amigos são estudantes. A tal pergunta responde um coro unísssono de vozes angelicais "somos sim, senhor guarda". Perante tal resposta, o senhor guarda deixou-os ir sem os autuar.
Conclusões:
1ª - Ser estudante ainda é desculpa para muita coisa, sobretudo se for ilegal.
2ª . Escusado será dizer que a minha opinião sobre os homenzinhos pançudos de bigodaça mudou radicalmente. Afinal sempre há GNR's fixes!
Como aplicada aluna de História que sou vou pedir-vos um exercício de contextualização cronológica:
Estão a ver o 25 de Abril de 1974? Agora recordem-se de quem era o senhor que mandava neste paízito antes da dita data, e que se escapoliu com uma sorte desgraçada (ou incompetência característica deste povo tão benevolente) para o Brasil. Ora precisamente, o Marcelo Caetano.
Para quem não sabia, esse senhor era professor de uma disciplina de História do Direito, no âmbito da qual compôs a obra "História do Direito Português" (em parte escrito já no exílo pós-25 de Abril). Para meu grande azar, esta obra constitui quase um manual básico de uma das minhas cadeiras. Juro que já tentei escapar, mas o meu docente insiste em todas aulas referir a importância da leitura de tal livro. Assim sendo, lá fui eu confirmar na biblioteca geral da minha universidade (pública) se tal livro era mesmo assim tão importante. O mais cómico é que dei comigo, cheia de vergonha que me apanhassem, com a capa do livro encostada ao peito para ninguém ver quem era o autor....
Mas ainda não acabou, e este sapo nem foi o pior de engolir. Qual não é o meu espanto quando, numa das minhas cadeiras favoritas, o docente me entrega, para ler, um artigo do Marcelo Caetano!
Agora eu pergunto-me duplamente : será que não há outros autores (sei lá, menos assumidamente fachos) que possamos ler? Ou será que vou ter de reconhecer a hipotética competência histórica do Marcelo Caetano?
Isto não é engolir um sapo, isto é engolir a categoria dos batráquios inteira!
Álvaro de Campos e a máxima expressão do inconformismo, da rebeldia perante um quotidiano sempre igual, com regras de conduta moralistas e tão pouco pragmáticas que se tornam desumanas.
Fica aqui uma "Lisbon Revisited", um dos meus textos preferidos
NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!
Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
Não, não é ao título da música dos Já Fumega que me estou a referir, mas sim ao facto de que o Che via mesmo longe.
Agora foi a vez da Nicarágua eleger, por maioria absoluta, Ortega. Mais um socialista a juntar-se "à lista" já composta por Chávez, Morales, Lula da Silva, Bachelet, Kirschner, entre outros, que muito provavelmente existirão, mas que eu desconheço pois osmédia não simpatizam muito com estas vitórias socialistas (vá-se lá saber porquê...). Devem estar a pensar que me esqueci do Fidel. É que, apesar de eu ser marxista, não acredito que cerca de 50 anos de poder altamente centralizado não o tenham corrumpido.
Enquanto era só o Hugo Chávez, o sr. Bush ainda esperneou e tentou impulsionar um golpezito de Estado; acontece que milhões de Venezuelanos nas ruas foram muito mais poderosos que meia dúzia de generais fascistas (afinal Zeca, sempre é "o povo quem mais ordena"!). Agora eles são muitos e o sr. Bush e seus compinchas parecem espernear menos (não vá a Califórnia ficar sem 40% do seu petróleo, importado da Venezuela...)
Será que o sonho do Che de uma América Latina unida e socialista se vai mesmo concretizar? Será que a máxima do pai Niso "Vai ser na América Latina que tudo vai começar" vai mesmo para a frente? Espero bem que a força do povo sul-americano faça frente e vença os interesses imperialistas e que, depois de o feito, espalhe os seus ideais de revolução pacífica pelo resto do mundo!
P.S.: aconselho a leitura do livro de Marta Harnecker, "Entrevista ao Presidente Hugo Chávez". Para além de muitas outras coisas, perceberão que ele tem mais do que razões para chamar, aberta e discaradamente "dunky", "alcoolatra" e "genocida" ao "Mister danger"..
Salve Quino!
Pois é. Se o meu papá fosse empresário ou trabalhador por conta própria, eu podia ir aos serviços de acção social do meu estabelecimento de ensino universitário e, com um ar "desgraçadinho", entregar a papelada para a bolsa com a maior lata deste mundo. Mas não, tenho o azar de ser filha de um desempregado e de uma normalíssima empregada por conta de outrem. Vai daí, consegui a bolsa mínima, o que não seria mau se não visse casos extravagantes de "filhinhos de papás" com bolsas quase máximas.
Acho fenomenal que o governo se preocupe tanto com o pessoal que, estando a gozar do subsídio de desemprego, arranje uns trabalhos extras, porque só assim conseguem manter um nível minimamente digno de vida (ou não). Mas com casos como o que referi, que por esse Portugalzito há aos montes, e a variadíssimos níveis, o governo não se preocupa tanto. Se calhar porque os inclui no tal empreendimento e iniciativas privadas a bem do desenvolvimento económico da pátria.
Conhecido de todos, penso eu...
Esta é a primeira foto que ponho no meu blog por ser a minha preferida deste homem. Não lhe chamo ídolo, pois acho a idolatria coisa de fanáticos. Chamar-lhe-ei somente um homem que pensou e viu longe e não teve medo de fazê-lo.
Mas haverá melhor assunto para iniciar um blog do que o sr. Bush e as suas fantásticas medidas de democratização do mundo? A mais recente, que eu conheço, é fenomenal. Os prisioneiros de Guantanamo, visto serem julgados por um tribunal militar e não civil, não têm direito a advogado de defesa... É bem... afinal são terroristas, não é verdade? Terroristas muito, muito maus que atentam contra a democracia plena da grandiosa nação norte americana. Mais, durante os julgamentos, estão completamente proibidos de fazer qualquer alusão às condições da dita prisão (ou devo dizer campo de concentração?), muito particularmente aos métodos de interrogatório utilizados. Isto para quê? Para impedir que a Al-Qaeda e outras organizações de terroristas maus treinem os seus meninos nas técnicas de anti-interrogatório! Mais uma vez, é bem... Só tenho uma coisa a dizer, e desculpem-me a sinceridade e brutalidade: sr. Bush, pode ser que lhe aconteça o que aconteceu ao seu compincha Jonh F. Kennedy não tarda muito...
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. Sim...
. Com que então abortar é i...
. Finalmente morreu...impun...
. "São estudantes? Somos si...
. Amarguras de uma estudant...
. Que isto a vida não é só ...
. Intervenção Social via B....
. Mas porque é que o meu pa...
. A Foto